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Ei, venha me contar qual “A novidade” você esconde por detrás dos seus olhos, dos pensamentos que por pouco não escaparam à sua boca. O que havia eles para dizer? Entre nós não há entendimento, não me sinto envolvida por mais nada em você, a não ser pelo apego ao passado.
Não faz muito tempo, pensava que não poderia viver sem o seu amor, chorava desesperada no seu colo dizendo “Tenho sede”. E, minha sede era de amor. Não sei o que pode ter me ocorrido, mas minha sede neste momento é de mar. Tenho sede de navegar. Por isso é que estou refazendo tudo, “Refazenda” toda minha vida, realçando os detalhes antes omissos. Não sou mulher de se apegar fácil e morrer de amor. Quando a vida fere, nenhum mágico interferirá. Eu feri e fui ferida, mas com o tempo a gente volta a brilhar, questão de dá um “Realce” nas prioridades de nossas vidas. Posso até não ser compreendida, mas se eu sou algo incompreensível, meu Deus é mais.
O momento é de separação, mas vida é mesmo assim. Houve um tempo que acreditei por nós dois, no nosso amor. Agora é sua vez. Dizem que o verdadeiro amor é vão. Se você conseguir entender que a minha busca sempre será pela paz. E “A paz” está dentro de mim, preciso juntar meus pedaços para voltar a acreditar em mim, em ti e em nós. Só assim poderei te olhar novamente com a mesma ternura, com verdade nos olhos e amor no coração. Por isso vou descobrir onde habita meu coração e acredito que pode ser na beira-mar. Quero fitar o infinito azul do mar e me encontrar a cada onda que chega mansa até a praia para molhar meus pés descalços.
E dessa viagem, levarei apenas uma certeza, de que o tempo transforma tudo, as velhas formas de viver e amar. Por isso, não me iludo, tudo permanecerá transcorrendo, em todos os sentidos.
Aline Rafaela
(Escrito em 2014 - alusão a Gilberto Gil - Unplugged)
"Descartei a ideia de me referir aos ciúmes dos homens, por que os há de muitos tipos e com frequência não têm nada a ver com o amor, mas com o poder, a autoridade e o conceito de honra. A honra masculina costuma depender da virtude das mulheres; isso explica tantas formas de repressão que elas sofrem por culpa do ego de algum macho próximo".
ALLENDE, Isabel. Amor. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2013. p. 103
Meu bem, se disser que vem. Venha! Cada sim que você diz para essa mulher de ar soa como promessa. Então muito cuidado! Venha! Ainda que morto, ainda que cansado, ainda que não esteja neste planeta. Mande um avatar. Faça um layout. Mas venha! É que apesar de compreender racionalmente sua ausência, minha emoção fala mais forte. E como eu queria ter te entregado hoje o chocolate que comprei dizendo “obrigado”. E ouvir canções atrás de canções que você canta tímido, embora afinado. E olhar seus olhinhos apaixonados e brilhantes. Justo hoje, que você prometeu não mensurar seu desejo lascivo. Justo hoje que você prometeu seu melhor beijo e o abraço mais sensual.
Meu bem, quando disser que vem. Venha! Porque essa mulher de ar precisa de terra para espalhar, para se embrenhar, para namorar.
Notas de celular (Segundo texto para ele).
Oração
Enquanto aguardava o ônibus na guarita, percebi que estava no meio de uma estrada e que dois homens me observavam invasivos e sedentos. Talvez esperando qualquer “sinal” meu que eles pudessem interpretar “essa aí tá pedindo”. Eu comecei a ficar nervosa e angustiada. Os dois me olhavam e conversavam entre si. Enquanto isso, os motoristas que passavam em suas carretas gritavam qualquer coisa, “cantada?”. Foi então que comecei a pensar em todas as mulheres que talvez, naquele momento, estivessem passando pela mesma situação, com medo, sentido-me culpada antecipadamente por um crime que sequer havia ocorrido. Eu pensava: “Se aqueles homens que me observam há um metro de distância ou qualquer homem que parasse seu automóvel agora me violentasse, eu seria a culpada, afinal, por que não escolhi outro lugar para pegar o ônibus? Ou por que não resolvi meu problema antes, para não precisar estar aqui sozinha? Ou ainda, por que estou de cropped na beira do asfalto?” Fiquei com vontade de chorar. Coração apertado. Daí comecei a pedir ajuda das deusas, fui evocando mulheres que admirava, pensando nas minhas ancestrais, e uma canção foi entoada. Senti meu corpo arrepiar e a presença de uma forte energia que acalentava meu desespero. De repente me senti forte. Me senti uma guerreira e juro que seria capaz de destruir qualquer homem que atentasse contra meu corpo. A canção entoada foi assim:
“Iansã me proteja de todo mal de todo homem.
Iansã me proteja de todo mal de todo homem”.
Entoei essa canção e marquei o ritmo com palmas. Senti no coração a força de uma legião de mulheres guerreiras. Não parei de cantar um segundo. Até que os dois homens que me observavam foram se distanciando, e em pouco tempo um homem uniformizado se aproximou. Ele era funcionário da empresa de transporte que eu aguardava, esperava o mesmo ônibus, chegou com serenidade nos olhos, não o vi como ameaça. Diminuí meu canto e passei a repeti-lo mentalmente. Meu ônibus chegou. Mandei uma mensagem para uma amiga sobre como estava me sentido. Ela respondeu: “Sinto muito que esteja se sentindo assim. Sinta-se abraçada. Você não está só!”
Aline Rafaela
É preciso ter coragem para (re) começar. Dizem que quanto maior for a reviravolta, maior também será a mudança em nossa vida. Mas nos acostumamos facilmente com o mesmo, e tememos pavorosamente qualquer movimento em direção ao desconhecido, preferindo assim o sofrimento familiar. Todo (re) começo torna-se assim uma decisão. E como toda decisão é ação, o segredo é começar. Sempre!
Aline Rafaela
A busca pela felicidade eterna. É completamente irracional esperar ser feliz o tempo todo. Francamente, não é possível nem real. Não conhecerá a alegria se não souber o que é a tristeza. Os que conseguem as maiores alturas são também os que mergulham nas profundezas.
Srta. Stacy. Anne with an “e”. 3ª temporada. Episódio 10. 25′44′’.
Amor e desamor fazem parte de uma só face. Aquele por quem sofri é minha metade. Aquele que me amparou só vou deixar saudade. Neste jogo não existe culpado. A vida é que é cheia de surpresas e como nós reagimos não pode ser julgado. Cada um sabe de si. Cada um deveria saber sobre si. E ter consciência que nossas escolhas desencadeiam em fardos e fatos que só nós sentiremos na pele como lidar. No entanto, para que nossa breve vida valha a pena. O amor deve absorver em luz qualquer sentença.
Aline Rafaela
Ser fiel a si mesmo é o aprendizado mais difícil, no entanto o mais necessário. Quando somos fiéis a nós mesmos, quer dizer que estamos alimentando cada vez mais quem somos de verdade. Alimentamos no fundo nossa alma, cuidamos enfim, do coração. É essa a sabedoria que busco, e nessa caminhada perdi-me tantas vezes em desejos alheios, em vozes outras que não partiam de mim. Permiti ser sugada por uma espécie de caos. E hoje, retomando a ordem natural de mim mesma, caminho devagar rumo ao meu centro, depositando no solo as sementes certas, para que com o tempo eu possa colher serenidade, paz de espírito e muito amor.
Aline Rafaela
Ouça o seu ser. Ele está lhe dando continuamente sugestões; é ainda uma vozinha serena. Não grita para você, isso é verdade. E se você estiver meio calado, começará a se sentir desse modo. Seja quem você é. Nunca tente ser outro, e você ficará maduro. Maturidade é aceitar a responsabilidade de ser você mesmo, a qualquer preço. Arriscar tudo para ser você mesmo - isso é o que é a maturidade. - Osho
O que me irrita nela não é o cabelo que nasce do meio certinho da testa em formato “v”. Nem o scarpin que ela usa desnecessariamente todos os dias para ir trabalhar. Não, ela não é advogada ou juíza. Talvez até quisesse ser. O que me incomoda nela, não é a maneira como ela conversa com a filha e o marido ao telefone: “Oi filhinha! Como foi a aula de espanhol?”, “Amor, comprou o livro do Percy Jackson para nossa filhinha?”.
O que me irrita nela, não é ela em si. Sou eu e as memórias que tenho de mulheres como ela.
Algumas mulheres brancas me remetem à opressão, à decepção de ainda criança entender que algumas mulheres, que só pela cor (branca), cabelos (lisos e loiros) e corpo (magro) serão ouvidas e gentilmente tratadas, e, de quebra, essas mulheres trazem consigo um relativo poder de fala, de imposição através do corpo, de olhos desdenhosos cheios de vantagem e desprezo por outras mulheres diferentes dela.
A mulher a quem me refiro traz na atitude, a branquitude vestida de sonsa e a vantagem de ser branca vestida de vítima. A razão eloquente proveniente da fala mansa e gestos que dão a entender nas entrelinhas “não gosto de ser contrariada”, e o olhar fuzilante quando nota na outra (mulher/alteridade), postura, competência e autoridade.
Nesse momento é que a atitude (branquitude) da mulher dá lugar à fragilidade que tem todo ser em vantagem de poder, o medo de um dia ter que dividir esse poder e aceitar que ela não é, nunca foi e nunca será o centro do mundo.
Aline Rafaela Lelis
Somos sujeitos com tantos desejos. Dos mais sublimes aos mais vis. Meus desejos são nobres (a maioria das vezes). Desejo de viagem, de conhecer o mundo. Ásia, África, América do Norte. Também desejo ser doutora, atriz, modelo e cantora. De vez em quando minha intenção de bondade entra em colapso. Questiono Deus, me falta a fé, chuto o balde. Mas são momentos apenas, passam e em instantes eu me reformulo novamente e tomo o caminho estreito, a estrada direita. Com o passar dos anos vou compreendendo que a vida é sofrimento e, aprender a viver é aprender a sofrer. Só quando aprendemos a lidar com a dor é que alcançamos a felicidade.
Tanto desejo às vezes causa desgaste. A avidez para vivê-los é a causa das nossas ansiedades. Queremos que tudo aconteça agora, casa, carro, filhos, casamento, família, sucesso e dinheiro. O reino da terra faz a gente criar muitas ilusões, faz a gente se perder de nós mesmos, distanciar dos nossos propósitos mais elevados, nos faz perder a trilha do bem para entrar na corrida dos vícios mais vulgares. Uma corrida maluca para o inferno. Inferno que fazemos em nós mesmos e à nossa volta.
Aline Rafaela Lelis