Amar significa entregar-se sem garantia, dar-se completamente na esperança de que nosso amor produzirá amor na pessoa amada. Amar é um ato de fé, e quem tiver mesquinha fé terá mesquinho amor.
FROMM, Eric. A arte de amar. 4. ed. Belo Horizonte: Editora Itatiaia, 1964. p.121.
O apreço pela jornada é uma questão de sobrevivência. É preciso gostar do eu, topar se arrepender, ver orgulho na caminhada por si só. Sabe, não dá pra ter tristeza muito longa, nem alegria de mentira. Há tempo e há vida.
MAGALHÃES, Mallu. Documentário Turnê Vem. 2017-2018.
A distância que aproxima,
Não posso explicar,
Saudade de pai.
Saudade de tudo nele,
Da pele preta,
Dos braços fortes,
Do seu coração macio,
Pronto para receber amor.
Saudade de quando pai pegava o carro,
E levava a gente ainda criança para conhecer algum lugar:
A cidade que nasceu,
Lugares que ele passou.
Sempre gostei desses pequenos passeios.
Não esqueço as estradas,
As casinhas simples de beira de estrada,
O rio correndo ao fundo do quintal e da casa abandona, onde dentro cresceu a goiabeira.
Lembro também de historias de preto velho
Silenciadas pelo medo, ou pelo respeito.
Ainda não descobri porque foram silenciadas
Mas pai e família de pai
Traz em si muita coisa que veio de além mar,
Historias de pretos africanos.
Pai fez crescer em mim o gosto pela viagem
A inquietude de quem busca conhecer o mundo
De quem busca na inconstância, sabedoria.
Ainda quero parar para ouvir suas historias de menino,
Os caminhos que percorreu,
As difíceis histórias que viveu
E que hoje ficam na memória,
De um homem que às vezes se parece triste,
Mas pai! quero viver para te encher de vida!
Realizar seus sonhos que a vida por algum motivo não permitiu que fossem realizados até agora,
Comprar-te um barquinho e uma casinha no mato,
Levar-te a lugares que o senhor não pensou estar antes
Ver-te sorrir e brincar com os netos,
Com a paz de quem não quer chegar a lugar nenhum,
Apenas imortalizar-se em nossos corações.
Com todo amor do mundo,
Aline Rafaela Lelis
(Escrito em 11 de julho de 2015)
64 ANOS DE AMOR! O HOMEM QUE VERDADEIRAMENTE ADMIRO E QUE, ACIMA DE TUDO, MERECE A MINHA ADMIRAÇÃO.
A transformação chega, como a morte, no seu devido momento. E também como a morte, ela transporta você de uma dimensão para outra.
Tarô Osho Zen
O que me irrita nela não é o cabelo que nasce do meio certinho da testa em formato “v”. Nem o scarpin que ela usa desnecessariamente todos os dias para ir trabalhar. Não, ela não é advogada ou juíza. Talvez até quisesse ser. O que me incomoda nela, não é a maneira como ela conversa com a filha e o marido ao telefone: “Oi filhinha! Como foi a aula de espanhol?”, “Amor, comprou o livro do Percy Jackson para nossa filhinha?”.
O que me irrita nela, não é ela em si. Sou eu e as memórias que tenho de mulheres como ela.
Algumas mulheres brancas me remetem à opressão, à decepção de ainda criança entender que algumas mulheres, que só pela cor (branca), cabelos (lisos e loiros) e corpo (magro) serão ouvidas e gentilmente tratadas, e, de quebra, essas mulheres trazem consigo um relativo poder de fala, de imposição através do corpo, de olhos desdenhosos cheios de vantagem e desprezo por outras mulheres diferentes dela.
A mulher a quem me refiro traz na atitude, a branquitude vestida de sonsa e a vantagem de ser branca vestida de vítima. A razão eloquente proveniente da fala mansa e gestos que dão a entender nas entrelinhas “não gosto de ser contrariada”, e o olhar fuzilante quando nota na outra (mulher/alteridade), postura, competência e autoridade.
Nesse momento é que a atitude (branquitude) da mulher dá lugar à fragilidade que tem todo ser em vantagem de poder, o medo de um dia ter que dividir esse poder e aceitar que ela não é, nunca foi e nunca será o centro do mundo.
Aline Rafaela Lelis
De todos os seres existentes (e os há aos milhões), o homem é apenas um. Dentre os milhões de homens que vivem na Terra, o povo civilizado que vive da agricultura é apenas uma pequena proporção. Menor ainda é a quantidade dos que, homens de escritório, ou de fortuna, viajam, de carruagem ou de barco. E, destes todos, um homem na carruagem nada mais é do que a ponta do fio de cabelo no flanco de um cavalo. Por que, então, toda esta agitação acerca de grandes homens e de grandes empregos? Por que todas as discussões dos eruditos? Por que todas as controvérsias dos políticos? Não há limites fixos, o tempo não permanece imóvel. Nada dura. Nada é final. Você não pode segurar o fim ou o princípio. O sábio vê o próximo e o distante como se fossem idênticos. Ele não despreza o pequeno, nem valoriza o grande. Onde todos os padrões se diferem, como poderá você comparar? Com um olhar ele se apodera do passado e do presente; sem tristeza pelo passado. Nem impaciência pelo presente. Tudo está em movimento, tem experiência da plenitude e do vazio. Não se rejubila no sucesso, nem lamenta o insucesso. O jogo nunca está terminado. O nascimento e a morte são iguais. Os termos nunca são finais.
Os Dilúvios de Outono, Chuang Tzu. MERTON, Thomas. A via de Chuang Tzu. Petrópolis: Editora Vozes, 2002. pp- 133-134)
Meu amor despedaçado hoje chora baixinho no peito Pego o telefone para te esculachar, mas desisto e me dou o respeito.
Se muitas mulheres passaram por sua cama muitos homens eu impedi que me tocassem não sei se me arrependo disso ou me arrependo de um dia ter te amado meu erro é ingenuidade os seus erros covardia? não dizer do rebento àquela menina?
A partida é esperança de uma vida mais tranquila mais tinta e pincel mais desenhos e texturas
A volta é vaga e duvidosa muita coisa me espera um corpo alto e esguio me chama e se revela
Meu coração machucadinho só quer entender por que de dois corpos fizemos um fundimos nossas almas. Erro irremediável ou desejo incontrolável? À morte de um amor único estamos condenados.
O intervalo de tempo que nos separa é para eu me reinventar e, se dessa reinvenção você permanecer quer dizer que o destino se cumpriu, mas se o meu amor esmaecer não condene a quem partiu.
De tanto tentar achar o culpado, acabei enxergando minha parcela de culpa no entanto me livro desse peso prefiro ir à luta.
Tudo que eu preciso neste momento é de você bem longe de mim tudo que eu quero ser: flor amarela de jasmim.
Aline Rafaela
(Escrito em 2014)
Perfeito!!!!
Porque quando é amor, simplesmente vem.
Eu não escondo as minhas fraquezas, e muito menos tenho medo de expor as minhas fragilidades. Não suporto gente que se faz forte fingindo fortaleza. Mas adoro pessoas que não mascaram suas imperfeições, acredito que isso é prova de força inigualável. Quando alguém realmente é, ela não faz força para ser.
Aline Rafaela Lelis
O homem que diz dou. Não dá! Porque quem dá mesmo. Não diz! O homem que diz vou. Não vai! Porque quando foi. Já não quis! O homem que diz sou. Não é! Porque quem é mesmo. Não sou! O homem que diz tou. Não tá. Porque ninguém tá Quando quer!
(Canto de Ossanha. Baden Powell / Vinícius de Moraes).