Com O Tempo Ele Se Tornou Tão Desprezível. E O Mais Engraçado é Que Um Dia Ele Foi Como Que Da Família.

Com o tempo ele se tornou tão desprezível. E o mais engraçado é que um dia ele foi como que da família. Ou melhor, eu acreditei estar realmente no caminho para construir a minha família. Mas voltando ao fato dele ter se tornado desprezível, a única coisa que podia pensar era, “mas como?”.

E sem ansiar por uma resposta, fitei o céu por alguns instantes e avistei a lua, que estava clara e imensa. Então meus pensamentos ganharam outros rumos, e na contemplação já não havia mais perguntas. Apenas um suspiro aliviado de gratidão. Que bom que tudo finda. O fim é renovação, para cada morte um nascimento, e esse movimento, apesar de dolorido (às vezes) é que faz com que cresçamos. 

Aline Rafaela Lelis

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Odair José

Odair José

via Natitun

Eu me senti tão atônita aquela noite. É como se meu corpo não guardasse mais memórias de outro tempo, e uma boca nova em meus mamilos fez-me arrepiar a espinha e despertar-me novamente para a vida. Daí soube que estava pronta, que já estava enfim, ao final da travessia.

Aline Rafaela

Rapaz, hoje meu sorriso sincero invade qualquer lugar que eu passo, e meu corpo adquiriu certa postura que diz: venha se tiver coragem, e se for nobre para fazer par com uma rainha. Isso mesmo, rainha. Porque  hoje, eu trago marcas de quem lutou muito para construir seu próprio reinado, de quem desceu ao inferno para reconstruir a sua dignidade de mulher. E, sinto muito se você não está pronto. Muitos não estarão. Mas uma rainha sabe reconhecer nos olhos e na postura um rei. Porque hoje, eu sei muito mais sobre os homens, e estou em sã consciência de escolher aquele que comigo irá construir um império. No amor, na reciprocidade, no respeito e na mesma direção. 

Aline Rafaela.

Carta à Maria

Maria, hoje foi mais um daqueles dias, que a gente tá com a cabeça no futuro e acaba esquecendo nosso presente duro. Sabe esses dias em que a gente foca na vida que devia ser e esquecemos da vida que temos? Para mim todo dia tem sido assim! Me disseram que nossos pensamentos criam nossa realidade. Eu juro que essa não é a realidade que pensei para mim há cinco anos atrás! Fui otimista, fiz tudo conforme manda o protocolo. Estudei as possibilidades, fiz um cronograma, coloquei no papel as metas, agi para alcançar os objetivos e morri na praia. Sem dinheiro e sem amor. Mas Maria, eu acreditei na ilusão de que estava no controle. Mas se somos responsáveis por tudo que acontece conosco. Como criei essa realidade? E agora, nesse exato momento, como estou criando o meu futuro? Eu não faço ideia. Não sei mais no que acreditar. Estamos no controle ou não estamos? Só sei que essas experiências me fazem pensar que não. Não estamos no controle, não da forma que gostaríamos de estar. Estamos num caminho, seguindo uma direção, uma estrada que converge para Luz. Estamos aprendendo a ser melhores. Não vivemos o que queremos, mas o que precisamos e merecemos. A ideia é aprender o amor. Estamos todos aprendendo a amar incondicionalmente. Mas olha a loucura que o mundo se encontra! Manter a sanidade é um luxo, não enlouquecer é um privilégio, seguir até o final, suportando todos os pesos, medos, decepções é só para os fortes. De vez em quando eu duvido da minha fortaleza, e juro que suplico por moleza. Mas a vida não é oba oba. A vida não é uma série de televisão. Não é diversão. Não é o que a gente vê no GNT ou OFF. A vida de quem é perfeita como na televisão? Quem come aquelas comidas e viaja para lugares incríveis que a gente nem nunca ouviu falar? Meu Deus quanta loucura! O que vejo na real é tanta miséria, gente sem dinheiro para o pão. Crianças com fome de sobremesa, olhos grandes olhando para o cornetto da jovem que passa do lado de lá do ponto. A mãe tentando distrair e a criança arrisca a pedir. A mãe lamenta, dinheiro contado, e lá se vai mais um desejo simples não realizado.

Maria, a vida aqui me aterroriza, estou desconectada com a minha alma, vim para uma missão nobre, todos nós viemos, mas estou distraída demais tentando ter sucesso, tentando não ficar para atrás. Tentando alcançar meus colegas doutores. Não tenho coragem de voltar para mim e aceitar a minha simplicidade. Fiz esse tal de Instagram e parece que todo mundo está fazendo algo importante. Minha vida simples parece tão desinteressante. Estou vivendo como uma morta-viva. Meu coração está um gelo, e nem é o frio do inverno que deixa meu peito gelado. É falta de abraço. Falta de acalanto, de olhar nos olhos, de fazer cafuné e deitar no colo. Tudo que eu sempre quis foi poder pagar meu próprio aluguel, criar gatos, pintar quadros, cantarolar manhãs, fazer biscoitos, bolos, fumar um cigarro e conversar com quem faz questão. Olha para mim agora Maria! Não sei quem sou, estou competindo com quem? Estou tentando ser sucesso para quem? Por que ando partida? Olhar que não seduz, corpo que se arrasta, medo que paralisa, sorriso que disfarça dor. Para quem são os livros que leio? Qual foi a última vez que habitei a mim? Quando deixei de ser eu? Quando ergui uma barreira entre mim os braços calorosos dos meus progenitores? Quem são as pessoas a minha volta? Quantas delas já não estão como eu? Mortas! O que fazer para acender a chama? Correr o perigo natural de quem se permite viver? Como devo proceder, o que devo abandonar?

Maria, hoje foi mais um desses dias de coração frio, mente apavorada, olhos buscando cor, peito pedindo calor.

Mas Maria, passei na Igreja e acendi uma vela, fiz uma prece e estou esperando o milagre. O que me deixa de pé, é que eu ainda acredito em milagres.

Aline Rafaela Lelis

Nota de Celular- escrito em 25 de julho de 2019

O que acham que a maioria das pessoas está fazendo na vida? Impressionando os outros, nada mais. Fazendo de tudo para não serem criticadas. Buscando aceitação. Fico me perguntando quantos seres humanos não estão obcecados com isso, vinte e quatro horas por dia, de forma consciente ou não. A consequência? Pouquíssimas pessoas vivem de fato.

MELLO, Anthony de. Redescobrindo a vida: desperte para a realidade. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014. p.117.

De todos os seres existentes (e os há aos milhões), o homem é apenas um. Dentre os milhões de homens que vivem na Terra, o povo civilizado que vive da agricultura é apenas uma pequena proporção. Menor ainda é a quantidade dos que, homens de escritório, ou de fortuna, viajam, de carruagem ou de barco. E, destes todos, um homem na carruagem nada mais é do que a ponta do fio de cabelo no flanco de um cavalo. Por que, então, toda esta agitação acerca de grandes homens e de grandes empregos? Por que todas as discussões dos eruditos? Por que todas as controvérsias dos políticos? Não há limites fixos, o tempo não permanece imóvel. Nada dura. Nada é final. Você não pode segurar o fim ou o princípio. O sábio vê o próximo e o distante como se fossem idênticos. Ele não despreza o pequeno, nem valoriza o grande. Onde todos os padrões se diferem, como poderá você comparar? Com um olhar ele se apodera do passado e do presente; sem tristeza pelo passado. Nem impaciência pelo presente. Tudo está em movimento, tem experiência da plenitude e do vazio. Não se rejubila no sucesso, nem lamenta o insucesso. O jogo nunca está terminado. O nascimento e a morte são iguais. Os termos nunca são finais.

Os Dilúvios de Outono, Chuang Tzu. MERTON, Thomas. A via de Chuang Tzu. Petrópolis: Editora Vozes, 2002. pp- 133-134)


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Natiruts - Pérola Negra (Ao Vivo)
Vídeo oficial da música Pérola Negra de Natiruts. Clique para ouvir a faixa: http://smarturl.it/NatiReggaeBrasil.S Assine o canal de Natiruts: https://www.yo...

Tente passar pelo que estou passando Tente apagar este teu novo engano Tente me amar pois estou te amando Baby, te amo, nem sei se te amoTente usar a roupa que estou usando Tente esquecer em que ano estamos Arranje algum sangue, escreva num pano Pérola negra, te amo, te amo Baby, te amo, bem sei se te amoRasgue a camisa, enxugue meu pranto Como prova de amor mostre teu novo canto Escreva num quadro em palavras gigantes Pérola Negra, te amo, nem sei se te amoTente entender tudo mais sobre o sexo ehh Peça meu livro querendo eu te empresto uhh Se inteire da coisa sem haver engano Baby, te amo, nem sei se te amo Pérola negra, te amo, te amo Baby, te amo, nem sei se te amo Pérola Negra, te amo, te amo Pérola Negra, te amo, nem sei se te amo Baby te amo, nem sei se te amo Baby te amo, nem sei se te amo

Não é que eu queira vingança. Eu apenas quero justiça. Te encontrar daqui uns tempos, um ou dois anos talvez. Eu linda, vestida de ouro, pele reluzente, cabelos macios e um sorriso branco. Quero sim estar impecável. E quero que me veja com meu novo amor. Não, não pense nele. Pense em mim, meu novo amor sou eu. E quando me ver assim lindamente leve e radiante, quero que veja a mim novamente. Doce, suave e paciente. Quero que sinta essa Oxum, que hoje navega sobre águas calmas. Quero que me veja e me reconheça, e quem sabe possa você sentir lá no fundo amor. Me deixa ir com meu amor próprio e com o amor do meu novo companheiro. E se pergunte onde foi que tudo acabou. Quero que saiba só de olhar; que para “nós” não haverá mais chance, e sinta o que eu senti quando você disse disse é o fim. Que a sua consciência do fim o faça ir na lua e voltar por um segundo. Depois vá tomar uma bebida forte e continuar fingindo que eu não faço falta na sua vida pelo resto dos seus dias. 

Aline Rafaela 

(Fragmentos em papel toalha, Out/2016)

Amor de mãe

Mãe limpou meu peito com borracha em sonho. Mãe sabe tanta coisa! Ela me vê triste e quer ajudar. Não sabendo como se aproximar, ela vai até meus sonhos para dizer que, se ela pudesse apagava as minhas dores com borracha branca. Só para nunca mais ver o meu semblante triste.

As mães são sempre tão divinas! O nosso primeiro contato com Deus é através das nossas mães. Ainda me lembro do dia em que a minha me levou a pé no hospital para uma consulta e, na volta, na hora de subir o morro, me sentia indisposta, idade pouca, febre latente, desejava em pensamentos ser carregada. Olhava para mãe e via seus olhos cansados, via o cansaço impregnado na sua alma. Mas mesmo assim mãe leu meus pensamentos. Ela suspirou bem fundo, como se tivesse pedindo a Deus força e me pegou no colo. 

No momento que deitei a minha cabeça sobre os seus ombros, era como se tivesse abraçado Deus, seus braços me acolhiam num calor confortável, não havia lugar melhor no mundo para estar naquele momento.

 Cochilei até chegar ao topo extenso do morro. 

Quando chegamos ela me colocou no chão e perguntou se eu me sentia melhor. Balancei a cabeça em sinal positivo. Ela deu um sorriso de alívio.

Amor de mãe é  incondicional e profundo. Não cessa com a ingratidão dos filhos, é sempre doação e fé.

A fé de que um dia nós filhos e filhas possamos entender que cada gesto delas é um sacrifício de si mesmas para o nosso bem. 

Amor de mãe é um ato de fé e esperança na humanidade.

Aline Rafaela 

fidelidadeaalmaeosegredo - Preserve a Alma
Preserve a Alma

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