Talvez seja um bom dia, talvez não seja, mas ao fim do mesmo eu terei feito o meu melhor.
Basta uma pesquisa rápida pra averiguar que, a doença considerada o mau do século na virada do século XIX para o XX era a Melancolia, e a doença considerada o mau do século XIX para o XXI é a depressão/ansiedade, a gente insiste em gloriar o passado e depreciar o presente, mas a verdade é que não é a rede social o problema, nem o celular, nem as "relações líquidas", o problema sempre foi nosso corpo com defeitos e dificuldades de ser adaptar às mudanças sociais. E isso acontecerá no futuro, onde nossos filhos e netos irão dizer que a rede social legal era o Facebook, o Twitter ou Instagram, ou a música boa era o funk e o trap, enquanto não observarmos a nós mesmos, seremos doentes e depressivos.
Vamos lá galera, perguntem 😉
“Por mais pessoas que tenham coragem de chegar e falar na cara tudo o que pensa. Que não se esconde em diretas, em anonimato, em fofocas, em grupinhos. Seja uma pessoa madura, com personalidade e caráter, é mais bonito. Vai por mim, é mais digno de atenção aquele que vem de cara limpa do que aquele que só borbulha mas não move nada.”
— Escriturias
é assustador e desconcertante estranhar-se ao ponto de recusar a si próprio. é preocupante se olhar no espelho e não aceitar nada daquilo que é refletido ali.
dos traços da face ao peso e aspectos de um corpo único como o meu, por muitos anos não me agradaram e nem me permitiram ser quem sou sem que a vergonha e a repulsa me atingissem violentamente.
me culpei e judiei de mim das maneiras mais cruéis possíveis. me isolei e até me proibi de amar e ser amado por quem quer que fosse. demorou para que eu começasse a me olhar com mais empatia, carinho, e criasse uma afetividade genuína por mim e pelo meu próprio corpo.
por muito tempo mirei e foquei a minha atenção na direção errada. na sociedade há diversos padrões, e eu queria a todo custo me forçar a entrar em pelo menos um deles. contudo foi esse ‘forçar’ que me custou as forças para me erguer a cada tombo de decepção que eu levava.
ouvi coisas absurdas, permiti outras por autossabotagem e continuei nesse ciclo sem fim de sentir pena de mim e me colocar em locais e situações que poderiam ser evitadas. tudo isso por culpa minha e de uma sociedade inclusiva apenas na fachada, porque na realidade é outra coisa totalmente diferente.
eu quis ser aceito, mas não me aceitei primeiro. eu quis me inspirar, mas só seguia gente longe de minha realidade nas redes sociais.
demorou mas mudei o meu pensamento a respeito de quem sou, mudei meus círculos sociais e comecei a acompanhar conteúdos de gente como eu, que pensa como eu e que tem vivências/experiências edificantes para construir e consolidar o meu caráter.
finalmente aprendi com as pedradas, mesmo que hoje eu prefira não ter passado nem por 5% do que passei, no entanto, aconteceu e tudo favoreceu de alguma forma no final das contas.
consegui mirar a minha atenção na direção correta e com o apoio de gente que eu mal conhecia, me inspirei e reestruturei o meu caminho. e é claro, mérito meu.
— encorajador
“Sou uma pessoa boa, eu sei disso, mas nem sempre me sinto bem nessa roupagem. É como se, na verdade, eu tivesse fracassado como vilão.”
— Gabito Nunes.
Como eu invejo pessoas simples (quando digo simples não me refiro a pequenez ou pobreza), pessoas objetivas, pessoas com altos e baixos, pessoas que vivem apenas o cotidiano, que não precisam esconder quem são, pessoas que são sociáveis por serem comuns. Mas eu sou o oposto disso, meu sim não necessariamente é uma confirmação, nem meu não uma negação, sou complexo e ambíguo e isso me isola, não enxergo o mundo em preto e branco mas sim em escalas de cinza. Me abrir é ter que explicar quem sou é isso leva tempo, sem contar que as vezes nem consigo explicar, só me frustro e fico pior, resumindo, queria ser descomplicado.
Me desliguei um pouco dessa paranoia de ‘o que os outros vão pensar?’ e agi, segundo a minha vontade, segundo aquilo que eu julgo certo, que se danem os outros, afinal quem vai viver o momento sou eu! E dai se eu acordar arrependida? Pelo menos não terei dormido na vontade! E se eu errar? Ah, arquiva aí como experiência.
Tati Bernardi. (via inverbos)
“Sempre gostei mais do silêncio do que do barulho. Sempre gostei de estar só com pessoas queridas do que no meio da multidão. Sempre gostei mais do amor do que da paixão. Sempre gostei de fazer aquilo que quero e não o que querem que eu faça. Sempre gostei de ser eu, sem me preocupar com o pensamento dos outros. Quem gosta se aproxima, quem não gosta critica.”
— Caio Augusto Leite.
o seu cheiro me embriaga.