Eu sempre achei que o amor não era coisa pra mim, seja por aquelas paixões platônicas da época que eu era apenas uma adolescente, seja pelas aventuras que tive quando entrei na vida adulta, encontros casuais, palavras ditas ao vento sem um pingo de sentimento, decepções com pessoas que pareciam confiáveis.. enfim, tudo que eu quero te dizer, é que eu sempre estive no lado obscuro das coisas, onde a luz não chegava tão nítida, onde as esperanças eram mínimas, como alguém que aposta algumas vezes aleatoriamente na loteria, nunca imaginei que pudesse sentir o que estou sentindo agora, esse sentimento me consome mas também me apavora, me deixa sem fôlego, com uma ansiedade de que o melhor estar por vir, mas não sei como reagir, sinto muito, se quando tive a chance não segurei com minhas duas mãos pra não escapar, achava que já havia sentido tudo que tinha pra sentir, chegado ao topo dos sentimentos e que nada iria me abalar.. Sinto muito se estou confusa como uma criança que anda na roda gigante pela primeira vez, essa não é a primeira vez nesse brinquedo, mas é a primeira vez que dou voltas completas e não sinto nenhum enjoo..
“Talvez meu coração tenha endurecido um pouco ao ver tanta gente que eu amava indo embora. Mas não se engane, ainda há pessoas que merecem todo o meu carinho, por quem eu faço de tudo pra ver bem. Já aquelas que se foram, não fazem falta. Com a mesma facilidade que aprendi a amar, também aprendi a esquecer. Descobri uma capacidade enorme de descartar quem não cabe na minha vida.”
— Morena
Prenderam os indígenas e os negros, jogaram os pobres nos guetos;
Os inocentes na cela trocaram a paz pela guerra;
Desembarcaram as caravelas do terror e do medo, trouxeram suas bagagens, seu ódio e seu preconceito;
Negros, no navio negreiro se espremiam, mama África, Luanda, Angola, aonde estão seus filhos?
No oceano bravil, sem lenço, sem documento, escravos da maldade, reféns do sofrimento, lamento;
No canto do guerreiro, de forma hostil, preso no peito no cativeiro;
Lágrimas de sangue, sentimento de revolta, homens, crianças, mulheres mortos pelas costas; julgados à revelia, só a morte por sentença, caçados como bichos entre as matas das aldeias.
Sem defesa, subjulgados pela natureza, ferimento à flor da pele põe à prova a resistência;
No corte do chicote, tirania, covardia, o amargo das lembranças, saudades da família. Repúdio à existência, presos no próprio pensamento, a alma sufocada dilacera o entendimento; castiga, maltrata, bate, judia, se não fosse a traição, os negros aqui, não estariam. Diziam os guerreiros no momento de amargura: - Sunsê pode me prender, mas a minha alma, nunca! Na fria madrugada eu vi negro chorar, e os corpos de nossos irmãos a correnteza levar, no vai-e-vem das ondas agitadas pelo vento, naufragaram os sonhos e os mais nobres sentimentos, lamentos, inexpremíveis gemidos, e nossos ancestrais sobrevivendo à beira do martírio. O imperativo desabou, num lual desconhecido, a voz da África ecoava dentro de um navio!
Tempo.
Esse que passa correndo, cobrando, exigindo. Pede pressa, atitude e um olhar de mais carinho.
Tempo esse que não sabe esperar, quer o amanhã, o hoje e o agora.
Tempo, será mesmo tu o responsável?
G.
Me aparta orações de covas E covas de corpos-buquês Que meu orgulho não barganhe Mais nenhuma vitória
Que essa boca evite beber dos abismos Que esqueça as perfumarias eletromagnéticas Que apontarão pecados passionais Que arquitetarão novas nebulosas pelo corpo
Roçar Narcisos como se fossem rinhas Extinguir pêssegos eletrificados A cada mordida tenra que se exibe Um epítome para o público
Evita tal desgaste, tê-lo cabeça de porco Dissecando sujeitos e signos Empalhando atrações do circo Esta aniquilação é íntima no sangue
Periga carapuça, réplica de futuro Alinhado a aparatos de Duchamp Pequeno arqueiro despistando a noite Em seu aroma de barro e aclamação
Evocar deuses em descrições indiretas Prescrever um diálogo entre bulas e iconoclastias A ficção que caberá no alto das marquises De um teatro ou na ambiguidade de um mosh pit
Reclusa clavícula se esconde dos domínios do voyeurismo Modificar os aparatos subjetivos que traduziriam territórios Em teus olhos derramando fogo enquanto afago-me Dentro de enunciados castrados e fotogênicos
Ele está me reivindicando Para afastar tal fluidez buscada Meu arbítrio lhe escolheu A vingança o expõe entre espadas
Onde me coube? Em todos esses anos qual lugar ocupei na sua vida? Ou melhor, no seu coração? Onde é que eu tava e porque eu não estava enxergando nada? Falávamos a mesma língua? Hoje talvez, eu não caiba na sua realidade…tampouco você na minha…
Prazer, Bia!
“Como pode alguém enxergar tantas coisas boas nos outros e não reconhecer as suas próprias virtudes? O que há com essa geração que não se orgulha em ser o que é, qual o problema de ser assim? tão você, um ser único. Não tem problema ser diferente, é normal não se encaixar só tenha consciência que a perfeição é ser imperfeito, e ter orgulho de ser o que é.”
— Conselhos de Maria.
Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar, que tudo era pra sempre?
Cássia Eller (via recitarpoesias)
Nada pode ser pra sempre, nem a felicidade
Quando se sabe do valor que se tem, perde-se o peso das opiniões alheias, não estou falando de altivez, mas sim de se relacionar bem consigo.
“Um dia a gente aprende. Aprende que não precisa está sempre na companhia de alguém, aprende que não precisa receber migalhas, aprende a se valorizar, aprende que cada um é um mundo, aprende que não existe falta de tempo e sim falta de interesse.”
— De mãos dadas com a solidão.