(...) Os que sabem fazer fazem, os que não sabem fazer ensinam, os que não sabem ensinar ensinam aos professores, e os que não sabem ensinar aos professores fazem política. (...) O que essa frase quer dizer não é que os incompetentes têm um lugar ao sol, é que nada é mais duro e injusto do que a realidade humana: os homens vivem num mundo em que são as palavras, e não os atos, que têm poder, em que a competência última é o domínio da linguagem. É terrível, porque na verdade somos uns primatas programados para comer, dormir, nos reproduzir, conquistar e tornar seguro o nosso território. (...)
BARBERY, Muriel. A elegância do ouriço. São Paulo: Companhia das Letras, 2008. pp. 56-57.
Do solo brota muito alimento, mas, apenas para o corpo; para a nutrição do espírito é necessário abrir as possibilidades de nossa alma para o Alto e contar com o amparo divino.
Emmanuel (Espírito). Paulo e Estevão: episódios históricos do cristianismo primitivo: romance/ ditado pelo espírito Emmanuel; [psicografado por] Francisco Cândido Xavier. 40. Ed. - Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 2004. p. 512
Assim ela me escreveu:
“Dizem que na vida quem perde o telhado ganha as estrelas. É assim mesmo. Às vezes, você perde o que não queria, mas conquista o que nunca imaginou. Nem tudo depende de um tempo, mas sim de uma atitude. O tempo é como um rio, você jamais tocará na mesma água duas vezes. Aproveite cada minuto de sua vida, não procure pessoas perfeitas, mas sim aquelas que saibam o seu verdadeiro valor.”
E assim fiquei mais tocada e muito mais grata pela compaixão dessa mulher, que diz o que preciso ouvir e no momento exato. Isso é mais que psicologia, é espiritualidade.
Preserve a Alma completou 5 anos hoje!
Em janeiro de 2017 dei início a um processo de autoconhecimento e desenvolvimento da minha espiritualidade. Nesse processo decidi que iria valorizar a poesia que saía de dentro de mim, sem me sabotar. Fiz esse blog "Preserve a Alma" que, como o título diz, "fidelidade à alma é segredo". Decidi recomeçar a minha trajetória alinhada com meu propósito de vida e minha missão de alma. Um lindo recomeço que me rendeu posteriormente duas publicações em coletâneas com várias autoras talentosas. Que orgulho de mim! Como processo é processo, aos poucos vou dando corpo àquela nascente que cultivei em 2017. Escolher conscientemente não sabotar a minha escrita ainda é um trabalho árduo. Mas irei até o fim. De "Preserve a Alma" passei para outro projeto, (-> clique aqui para conhecer: https://alinerafaelalelis.blogspot.com/ )depois de ser selecionada para participar da FlupRJ2020. No curso de escrita criativa oferecido pela famosa Festa Literária das Periferias eu me assumi escritora diante do espelho, não sem dores e curas, claro. O imaginário que carregava desse "ser escritor" geralmente envolvia imagens mirabolantes de homens (brancos) em seus escritórios, sem serem incomodados, sendo servidos e sem ter que se preocupar com aluguel, crianças, casa, etc. Como poderia me imaginar escritora? A Flup fez esse trabalho comigo e com as participantes do meu grupo, nos fez enxergar a literatura como um caminho possível para nós, mulheres negras. Hoje a plataforma Tumblr me lembrou que já faz 5 anos que decidi nunca mais apagar, deletar, excluir nada do que escrevesse. Acho bom voltar à esse blog de vez em quando e acompanhar meu progresso. É como dizem por aí: "a meta é ser melhor que ontem, não melhor que ninguém".
Gratidão aos meus leitores e leitoras que me acompanham desde o início.
O sonho está apenas começando. Axé!
Já se pode ver ao longe Ana chegando sorridente Em qualquer lugar do mundo Por onde ela for Algo vai mudar. Ana é muda, muda de tomate: alimento Ana é muda, muda de rosa (vermelha): encanto Ana é mundana: pós-moderna O mundo de Ana é segredo e liberdade Ana é pra ser vista, ser lida. (Ela já é colorida) Seus adornos e seu teto são de crochê, azul-amarelo-rosa-bebê Ana sabe ver o mundo do ângulo mais bonito É infinita de amor Sensível de alma Linda por natureza Ana é dente, cabelos, sorrisos Seus olhos curiosos não tem nada de inocente, Embora carregue consigo algo que indica pureza Enfim, Ana é Ana De trás pra frente, de frente pra trás E até do Avesso. Sua sensibilidade não chega a ser analfabeta. Pelo contrário, Ana sabe o que diz. E diz o que sente.
Dedicado à minha amiga Ana Paula Comissário.
Escrito em novembro de 2010.
Só para avisar!
Quero sim, um lugar onde eu possa me deitar sem me preocupar se alguém vai bater à minha porta. Um lugar tranquilo e arejado onde eu possa curtir meus livros, meus felinos, meu incenso de alecrim e espreguiçar na cama qualquer hora do dia sem condenação. Ouvir sem pressa o cantar dos passarinhos à tarde. Cuidar das minhas plantas, planejar minhas viagens.
Eu quero e vou conquistar a calma de quando sabemos que o nosso tempo é só nosso. E daí poder divagar com nós mesmos nossas dores, nossos desejos mais íntimos e nossas alegrias mais sutis.
Quero sim, construir um lar semelhante a um jardim florido com muito amor e silêncio. Isto, silêncio. Porque só o silêncio nos faz ir fundo na alma e ouvir nossas intuições. Precisamos edificar esse lar para quando estivermos cansados. Ou quando o mundo parecer agitado e chato. Que este espaço que sonho me sirva de abrigo em todas as circunstâncias.
Eu quero e vou adentrar meu espaço sagrado, e lá extravasar meus sonhos e desejos, realizar as minhas fantasias, deixar-me perder nas estradas de flores e voar mais alto que as árvores frondosas.
Depois de acessar o meu jardim, só almejo elevar a minha alma a outros lugares-jardins ainda mais sublimes.
Aline Rafaela Lelis
Somos sujeitos com tantos desejos. Dos mais sublimes aos mais vis. Meus desejos são nobres (a maioria das vezes). Desejo de viagem, de conhecer o mundo. Ásia, África, América do Norte. Também desejo ser doutora, atriz, modelo e cantora. De vez em quando minha intenção de bondade entra em colapso. Questiono Deus, me falta a fé, chuto o balde. Mas são momentos apenas, passam e em instantes eu me reformulo novamente e tomo o caminho estreito, a estrada direita. Com o passar dos anos vou compreendendo que a vida é sofrimento e, aprender a viver é aprender a sofrer. Só quando aprendemos a lidar com a dor é que alcançamos a felicidade.
Tanto desejo às vezes causa desgaste. A avidez para vivê-los é a causa das nossas ansiedades. Queremos que tudo aconteça agora, casa, carro, filhos, casamento, família, sucesso e dinheiro. O reino da terra faz a gente criar muitas ilusões, faz a gente se perder de nós mesmos, distanciar dos nossos propósitos mais elevados, nos faz perder a trilha do bem para entrar na corrida dos vícios mais vulgares. Uma corrida maluca para o inferno. Inferno que fazemos em nós mesmos e à nossa volta.
Aline Rafaela Lelis
Se hoje navego por águas tranquilas, é porque eu acreditei na promessa de calmaria após a tempestade. Eu passei um tempo doente, e minha doença atingia meu espírito. Eu fiquei fraca, tão fraca... que já não era capaz de reagir a nada. Meus olhos amarelados e sem vida gritavam por socorro, e a fraqueza do espírito me levou a fraqueza da carne. Eu dormia dezesseis horas por dia e estava sempre fatigada. Quando estamos assim, muitas pessoas aproveitam da nossa incapacidade de auto-defesa. Nessa época fui humilhada por muita gente mesquinha. Mas eu não desisti da minha cura. Hoje, quando vejo a minha disposição e energia, fico imensamente grata à Deus por me sentir viva e cheia de energia para continuar lutando. E nesse processo, reciclei a alma e o corpo. Me sinto tão leve, amada e sagrada.
Hoje sei que milagres acontecem todos os dias!
Aline Rafaela
Notas de Celular (Começo de 2018)